quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O conto no silêncio morto

Podem ver-me como uma rainha, uma deusa, vejam como desejam.
Mas luto sem forças numa batalha de inveja e hipocrisia por uma realidade que se move à base do ar que os outros respiram.
Pareço segura, transpareço uma pessoa que não sou na luta continua de não ficar submersa nesta sociedade.
Choro nas eternas e longas noites a minha existência.
Balanço todos os dias numa solidão que dança em mim sem perdão.
Nada tenho, nada me rodeia, nada consigo construir na entrega eterna frieza da alma.
Nada resta que a dor na companhia da solidão a caminhar no meio da multidão.
Luto, acredito, amo e assim escrevo continuamente a minha historia.
Perdida nestas letras tento perceber quem sou e para onde vou.
Procuro o carinho no sorriso de alguém, procuro apaziguar a alma deste ser nauseabundo que sou.
Escrevo nas palavras a dor muda de querer talvez um dia saber o que é amar e ser amado.
Apercebi-me que o meu trajecto, o que sou, nada é, nada me resta nesta imensidão.
Quero gritar, quero partir e não olhar para trás.
Quero os meus erros apagar, quero que este mundo esqueça a minha existência e novo rumo tomar e não mais voltar.
Olho para o mundo, que roda numa roda continua na sua frieza imensa.
Escondo-me numa pessoa que não sou, rogo pragas a cada dia que passa e cá continuo a viver.
Culpo-me do que o mundo faz de mim e desejo o amanhecer de amanha já não ver e sentir o relogio a bater.
Aqui conto no silêncio morto a história da menina....

Sem comentários: