sábado, 27 de dezembro de 2008

Doce cheiro...


Caminho por entre a multidão, submetida aos meus pensamentos, as minhas viagens, ao meu mundo...

Por entre a confusão, sinto o teu doce cheiro...

Meu delírio, minha dor, minha saudade de tal silencio, de tal ausência na minha vida.

Deixo-me encantar por tal cheiro, que me encaminha a ti, a teu sorriso, a tua voz, a esse olhar, a esses lábios tentadores...

Ai pudesse eu...

Deixar-me entregar de alento a ti minha tentação, minha sombra dos meus sonhos, minha estrela de inspiração.

Ó fosse eu alguém para um dia roubar o teu coração.

Ó fosse eu a ousadia para te puxar a mim e sussurrar tanto do que sinto e nos teus braços me deliciar com esse doce cheiro...

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

A espera...


Hoje cansei-me de esperar pela mensagem prometida, pelo café há tanto adiado, pelo sorriso e pelo brilhar de tais olhos.

Hoje cansei-me desta espera, de esperar tanto dos outros que nunca se lembram de mim se não quando me vêem, quando a mensagem que tanto espero, mando para se lembrarem que existo, que existe algo a tanto prometido mas que nunca se recebe volta.

Hoje tentei, hoje relembrei, hoje sorri, mas agora o silencio aterrador desta espera sufoca-me pela minha presença na vida de tais seres, no calor e na amizade que lhes procuro.

Hoje sinto-me triste não te tal espera, mas da palavra calorosa que tenho sempre que os encontro, daquele braço amigo que tantas vezes procuraram e eu agora ao procurar sou apagada das suas memorias como o vento apaga as pegadas na areia.

Sinto-me triste pelo que tanto faço, tanto sei que marco mas que a espera trata de na memoria de alguém pisar a simples mensagem, o café prometido o abraço calorento...


Hoje vou lutar para não esperar, sabendo que todos os dias ao acordar lá no fundo daquele novo raiar do dia espera-se sempre algo...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

E se o tempo parasse?

Relógios moles - Salvador Dali



Sinto o tempo a correr sobre mim.
Sinto que a cada dia que passa, a monotonia que me entrego, esqueço parte do que sou, da minha missão, do meu viver.
Deixo-me embalar na monotonia diária, nos sentimentos complexos, nas paixões ilusórias, nos dias tristes e melancólicos, nas noites longas e solitárias...

E se o tempo parasse?
Aproveitaria para pensar quem sou?
O que faço?
Quem amo e quem me ama?
Como lutar?
Como voltar a sonhar como uma criança?

Aproveitaria para apaziguar a minha triste alma, ouvir a voz que grita muda em mim, desespera na dor de eu parar para a ouvir, pensar o que realmente quero, organizar parte do que sou.
Aproveitaria talvez para ir ao encontro de quem tanto desejo, mas tanto adiu e desprezo na entrega da corrida ao tempo.

Aproveitaria para contemplar tanto do que de belo me rodeia e tantas vezes esqueço e nem olho.

Se o tempo parasse dedicaria a mim, esqueceria o mundo e tentava conhecer quem realmente sou...

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Meditar... Não sei... palavras soltas procuro definir conceitos


Meditar, pensar, não sei a única certeza que tenho é que aqui estou, nadando em meditações e peças encaixadas sem noção, nem definição.
Procuro fazer o puzzle que não tem solução, escrever algo que não tem a sua razão...

Tento solucionar pequenas vivências, gestos, olhares e toques mas em nada continuo a pensar.

Não sei aqui simplesmente alimento a confusão de uma razão que nem eu sei, estranha forma de ser e viver, parva ironia de entender.
Necessidade daquelo vazio que me aquece a solidão, saudade do calor de dois corpos perdidos em pensamentos e momentos...

Estranho muito estranho quando sei que este mundo é feio de si mesmo e eu tento o embelezar quando sei que rodiada de falsidade continuo a querer não ver e viver o que já não tem sentido para ser vivido.

Hoje aqui escrevo sem ninguém entender o que escrevo e mesmo eu nesta inquietante e fria noite ainda procuro perceber o que em mim algo me quer dizer..

Ficai aqui com as palavras soltas que procuro definir conceitos que não tem noção de ser...