terça-feira, 15 de novembro de 2011

A Caruma - Desfocado



Deixei de ser, desistir... acordar ....

Sem noção

Cada palavra corresponde  a um som.
Uma vivência vital de uma dança perdida no mundo da ilusão.
Acordei e contemplei a beleza do meu rosto, na sua eterna luz.
Sem vontade de acordar, sem vontade de voltar aquele espaço e contemplar uma corrida frenética de ilusão e desilusão.
Parto em mais um dia com um sorriso nas mãos e um brilho no coração.
Os espelhos desfocam uma visão perpetua de fantasmas, de um passado que não reflecte o futuro.
Caminho sem noção do amanha, deixei de ser, de desistir de acreditar que algo podia mudar.
Sem noção me deixo caminhar, não apetece mesmo acordar.
Visto-me em mais um amanhecer para a nova cena de correr, temer e tentar sobreviver.
Sem noção deixo-me embalar pois uma luz a minha alma há-de iluminar.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Sobreviver

Cada passo, cada dia tem sido um martírio...
Viver nesta sociedade, viver no meio das pessoas, tornou-se num acto de sobrevivência para mim...
Nascemos para viver..... eu acho que nasci para sobreviver, num mundo que não é meu, no meio de pessoas que nada me dizem, que nada fazem para me sentir viva.
Tenho medo do sol, das sombras... de tudo.
A minha confiança morreu, por entre promessas, ternuras, sonhos que esmoreçeram por entre palavras e gestos...
Cativar não tem sentido nesta sociedade, procurar as amizades a cativar.....
Nada disso existe.... não existe era uma vez, não existe o amanha, não existe uma amizade, uma relação sólida.
Hoje é o salva-se quem poder, é uma luta tremenda de sobrevivência em que o" amigo " trai, mente, omite só por uma imagem.... nunca por uma amizade ...
Cai uma vez, cai duas vezes, cai três vezes... e na minha inocência continuo a cair...
Ninguem me virá levantar, pegar na mão e fazer acreditar na vida...
Quando neste momento nada mais tem sentido, o sol  não tem brilho e as palavras são um martirio...
Sobreviver tornou-se um acto de não querer mais viver....

sábado, 24 de setembro de 2011

Tortura

"Parem, Parem... Não  tirem a minha força ... a minha liberdade"
Ouço a pobre Hagia a gritar por entre as penumbras da noite.
Todos a veneram, todos a desejam, todos a invejam, todos sugam as suas forças.
Pobre Hagia que nada inveja, nada deseja do alheio, e lentamente sugam as suas forças, rindo na sua cara que nem uma escrava.
Sinto já a frieza da sua alma, sinto a tristeza dos seus olhos ao contemplar o mundo sombrio.
Nada tem sentido, nada é vivido.
Pobre Hagia, que na ternura da sua inocência voou de encontro a um novo mundo, ao encontro de novas pessoas.. de um amor.
Hoje é escrava da maldade alheia, do medo de uns que fazem dela seu suplicio.
Pobre Hagia que já nem lágrimas para chorar têm e um sol para a iluminar alguém ousou roubar e na sua vida a noite pernoitar.....

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Descontextos

Bailamos juntos nesta dança.
Sentimos o corpo um do outro, tão próximo e tão distante.Tão desejado e tão repudiado.
Dançamos sobre as ondas de um mar revoltoso, em que a força provém dos fantasmas do teu passado e do medo do futuro.
Ambos queremos, mas ambos nos afastamos no receio de um nada que se une daquilo que ambicionamos enquanto humanos, mas que a sociedade restringe enquanto mundanos.
Palavras pouco sóbrias se soltam de eternas conversas sem futuro e de promessas sem rumo.
Lançamos sonhos, acendemos desejos, que morrem num olhar frio e em palavras perdidas de ataques iminentes.
Sonhamos fora de um contexto que dramatizamos no meio de uma historia que ambos sabemos que não pode ter um fim.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Sombras

Todos os dias nasce um novo dia...
Hagia acredita que algo pode mudar...
Sabe que  nos  seus olhos não vai tocar, que nos seus braços não vai posar...
Mas na sua inocência acredita que ele algures pode pensar nela...
Pobre Hagia que nos seus sonhos corre por entre longos corredores de encontro a ti...
Sim tu sabes o que ela sente.
Que o sonho dela  é a tua presença na sua vida.
Que o teu desprezo é a dor dela e o teu cheiro é a esperança..
Pobre menina enterrada nos seus amores, na sua dor...
Dá-te  gosto  de seres o fantasma de um sonho que já teve o seu fim.
Pobre menina que desnorteia na sua solidão, na procura do saber que nunca vai ter.
Procura da perfeição que não passa de uma estúpida ilusão.
Pobre Hagia que se verga na sua inocência, à maldade deste mundo, desprezível e inconsumível.
Bem a podem desejar, querer amar, mas todos sabem que a beleza dela não é algo que se pode tocar...
E assim desgraçada terá com o tempo de se conformar... que a solidão é a única forma inexistente de ela amar...

Noite...

Ela sabe como cada noite é uma tortura na sua essência...
No negrume da noite ela sente os seus passos.... tão perto...
Sente sobre o seu longo cabelo o respirar dele, o desejo dele... o medo dela.
Deseja-o mas teme o seu cheiro, o seu corpo, como um martírio.
Envolve-se nos seus braços desprezivéis, mas tão ambicioso desejo de o envolver em si, de o beijar e poder amar.
Tortura de amor incandescente, da bela poetiza morta, que se envolve no negrume da noite, no silencio de um amor que não tem palavras para descrever o quanto é uma dor sem fim.
Grita num grito mudo o impiedoso desejo de o ter, o afastar dos seus braços, o arder daqueles lábios...
Que à noite ao se afastar... num novo amanhecer é a frieza de uma alma.....

quarta-feira, 13 de julho de 2011

It's what you want?


"It's what you want?"

Hoje fizeram-me essa questão no que tocava à minha vida, aquilo que idealizo, aquilo que dizia em tempos querer e ter....
Uma simples pergunta que parou o meu tempo, ao analisar aquilo que tive, aquilo que perdi, aquilo que julgo ter e aquilo que tenho e nem dou valor....
Assustou aperceber-me que cansei de esperar, de desejar... sabendo que jamais poderia alcançar....

"It's what you want?"

Talvez não.... Não....
Não é o que almejo na alma e na vida...
Uma simples questão que assusta pela sua simplicidade de idealizar um futuro que acaba por ser reflexo de tanto vivido e sofrido no passado....

"It's what you want?"

Viver um dia de cada vez.
Sentar-me a ver um novo amanhecer e acreditar que o amanha algo de novo trará...

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Energias Positivas


Assusta aperceber-me que o poder de algumas pessoas, apaga a nossa luz.
Cada passo, cada palavra leva a duvidar daquilo que sou e do que quero.
Quem é esse ser para pôr em causa a minha crença, o meu viver, a minha essência?
Ninguém... simplesmente mero ser perdido de si mesmo....
Luto para não ser como aquelas almas perdidas em si mesmas...
Entregues ao comodismo do dia a dia que não lhes dá o valor humano, o calor de uma palavra... o simples rir de meras barbaridades infantis.
Sentem-se reprimidos de erros que não são deles... de um presente parado no passado.
Não quero ficar como eles.... não quero entregar a minha crença ao tempo parado e ao sol apagado...
Quero voltar a escrever... quero sentir o meu ser... quero voltar a beijar o amanhecer.
Mudam os caminhos... mudam os sonhos... e eu quero voltar a acreditar.
Medito a necessidade de sentir energias positivas, de parar e saborear cada sorriso, cada palavra.... pequenas coisas aparentemente insignificantes mas tão belas...

A vida é demasiado pequena para perdermos tempo a prender ao comodismo da realizade inerente que não nos vê como humanos... mas como escravos...

sábado, 25 de junho de 2011

Afinal quem sou eu?


Ninguém disse que isto de querermos conhecer a nós próprios era fácil...
Estou numa fase de auto-aprendizagem... depois de muitas lutas, lágrimas e desespero... Parei!
Parei para numa manha abrir as gavetas do passado e mandar fora tanta coisa que já não fazia sentido..
Parei para respirar fundo e apreciar o mundo, sentir o sol na cara e tantas das essênciais que nos rodeiam.
Ainda não me encontrei... mas lentamente caminho em busca de mim...
Se ambicionamos algo, está nas nossas mãos o alcançar....
E hoje confrontando os fantasmas do passado, vivendo a dor do presente, tento conhecer aquilo que sou e para onde quero ir....
Afinal quem sou eu?
Caminho dia a pós dia de encontro à resposta....

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Chorar

Embriagada em mais uma noite, reflecte-se a dor de não saber neste momento chorar.
Pesa-me na alma a cobardia, o desalento de ver o relógio da vida parado e o tempo no seu alento recusar-se a parar, escutar, chorar e voltar um dia a amar.
Pesa a dor da menina caída entre as pedras daquela longa estrada, mas que não a faziam parar...
Continuava a lutar para fugir da sua sombra e dos seus fantasmas.

Chorar, apetecia-me chorar, e depois de um momento de desalento dormir e meditar a mulher que sou e para onde vou...
Sei o que quero e para onde quero ir...
Temo é não saber quem comigo quer ir e se alguma vez terei alguém para ir...

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Fala-se de Amor???

Por mais que queira debater ou compreender o amor entre duas pessoas, não entendo!
Explicações, poesia, músicas, filmes, todos falam do mesmo mas ninguém entende o amor.
Gostaria de perceber o que é o amor entre duas pessoas, quando uma que só vive em função de si, como pode ter espaço para amar alguém?
Porquê que uma pessoa que nos como objecto e goza com os nossos sentimentos, podemos continuar a gostar dela?
Como amamos uma pessoa que apaga o nosso sol e nos faz chorar?
Não sei, nem entendo, e cada vez quero menos entender.
Dei tanto por quem amo, e aqui me encontro na solidão do meu quarto a questionar-me do que vejo e do que sinto...
Apercebi-me que o erro de não ter ninguém não é meu.
As pessoas gostam de se sentir presas, talvez como forma de se sentirem amadas.
As pessoas gostam de sofrer como forma de sentir que amam.
Como não gosto de estar presa e cansei-me de sofrer... prefiro estar só.
Este post é de doidos... mas é uma necessidade de não ter resposta a tantas questões que aqui coloco.

Aqui se fala de amor???
Não sei... mas amar não é impossivel quando duas pessoas vivem em função de uma harmonia comum!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Deolinda - Passou Por Mim E Sorriu [HQ]

Mundo preto e branco...


Um dia acordei e o mundo estava pintado de preto e branco...
As pessoas vagueavam perdidas nos seus pensamentos, perdidas em si mesmas...
O sol na sua tristeza abraçava a escura nuvem ameaçadora na sua tirania presunçosa...
Caminhei por entre ruas... os autocarros cheios na sua passagem mostravam rostos que ninguém sabe, nem ninguém quer saber...
As árvores despidas pela ganância do vento, dançavam na melancolia da sua história...
Cometavam conversas perdidas nas pedras da calçada.

Fechei os meus olhos...
Senti cada palavra, cada toque, cada pensamento...
O sorriso de uma criança iluminava naquela rua extença a alma daquele velho perdido, no seu passado, naquilo que foi e teve...
Sorrir algo que tantas vezes há necessidade neste mundo de fingir...
Naquele dia ao caminhar o meu sorriso assustou as nuvens e lentamente cada passo, era uma nova cor...
Era um novo amanhecer embalado num sorriso, num olhar... num desejo que o coração salta em querer partilhar.
Apetecia-me dançar, cantar ao mundo e com as minhas mãos te agarrar e para longe voar.
Tudo teve o seu sentido... o que não teve no mundo preto e branco... as cores apagavam na sua alegria contagiante.
Queria naquele momento estas palavras ao mar lançar e num simples olhar... algo te partilhar.
Deixei-me contagiar, esquecer o mundo inerente...
Sorria por que fazias-me sorrir e isso ninguem podia roubar.

O mundo à minha volta desabado numa guerra continua... No segredo da noite, mesmo nos braços da solidão, sabiam que algo tinham noção...
Bastava os olhos fechar e mesmo ao longe um abraço sentir...
Bastava um sorriso... bastava um olhar acolhedor para por momentos esta dor afastar.... mesmo sabendo que nunca me poderás amar...

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Não é um dia em branco....

É no amor daquela criança, do seu sorriso, que vejo em ti a minha inspiração... vejo a tua continuidade...
Porque no dia em que ele iluminou a minha vida, uma estrela na minha vida apagou...

Não podia deixar em branco este dia.

Recordar o teu sorriso, as tuas lições, o teu olhar maternal..
Se hoje acredito em muito do que sou, do que luto e do sorriso que esboço nos lábios quando apetece chorar, agradeço a TI...
O tempo pode passar passar... as fotografias num canto se guardarem... mas o amor que tenho por Ti Tia ninguém mudará nem roubará.....

Obrigada por fazeres de mim a Mulher que sou:)

quarta-feira, 20 de abril de 2011

O que eu sinto não se escreve....

Queria neste momento partir...
Não me lembrar quem sou e o que fui, não recordar o que vivo, quem na minha vida passou, o que tive e perdi.
Não tenho mais forças para lutar... o cansaço afoga-me a alma, as insónias acordam as minhas amarguras.
Neste momento desejava um corte na pele maior do que ao que tenho na alma.
A solidão invade-me recordando promessas, palavras, imagens, vivências e fotografias.
Queria parar o relógio que está em mim, apagar lentamente cada lembrança, cada passagem, cada pessoa.
Conto o tempo para um dia partir e nunca mais de mim ouvirem falar...
Apagar cada rasto, cada foto, cada frase...
Um dia como todos os dias acordo... mas parto...
Procuro novas pessoas, novas vivências, procuro realmente aquilo que sou e todos me limitam...
Procuro o meu verdadeiro lar, construo o meu mundo, a minha vida, com cada pedra que todos me atiraram um dia.
O que eu sinto não se escreve, nem se vive...
O egoísmo e comodismo inerente é superior que a compreensão de um ser como eu.
Digam e pensem que escrevo mal... A originalidade não está em ser-se o centro mas ser-se humano...
Ninguém sabe o que é ser humano, amar, sentir a verdadeira essência de saborear a vida, de tocar e contemplar o interior...
Os mundanos preocupam-se em "externizar", em "carnizar", materializar... nunca em amar....

quinta-feira, 14 de abril de 2011

A menina que não sabia o que significava maldade

Ela gostava de brincar por entre os campos, correr sentindo o vento na sua cara.
Tocar nos animais, subir às árvores e sentir a terra nos seus pés.
Era ela a eterna menina, que nos seus vestidos folhados, cantava e bailava como uma rosa perante o vento.
No seu olhar ternurento brincava com o mundo sem malícia.
A menina cresceu, sentiu a maldade de outros meninos, via a tristeza nos olhos dos seus pais, perante a maldade dos grandes mas mesmo assim vivia a vida, saboreava a vida como um rebuçado.
Olhando em seu arredor decidiu voar...
Foi ao encontro do seu sonho...
Conheceu muita gente, percorreu muitos sítios, viu muitas vezes o nascer do sol.
Mas nunca fez mal a ninguém... Perdeu noites a estudar e tantas a falar...
Dos sonhos, de promessas de amizades, de toques de mãos, de secretos às estrelas...
Chorou e sorriu...
Teve os melhores "amigos" e os piores inimigos.... mas à sua maneira era feliz.

Um dia tudo muda... os supostos "amigos" tornaram-se sombras... repletos de malícia, que a usaram e desprezaram.
A menina deu-lhes a mão... mas ao olhar apercebeu-se que tanto do que havia conquistado com o seu trabalho e os seus sonhos eram motivo alheio...
Mas ela inocente assim continuou dando-lhes a mão...
Hoje apercebe-se que não passava de fachada, o tempo presente e a verdade inerente para uns queimou-lhes a mascara.. para outros bastou a distância e a ausência para ver que tantas palavras e tanta coisa simplesmente serviu de apoio quando no mesmo barco se encontravam a remar...
Hoje a menina pode remar à sua maneira, mas é digna das suas palavras, respeita a integridade dos outros... pode ter a sua frieza e ser calculista para sobreviver mas nunca nunca prejudicou ninguém, nunca usou como a usaram...
Hoje essa menina é uma mulher que digam o que disserem em comparação com o que a rodeia, não prejudica a integridade dos outros e tem respeito!
Hoje essa mulher tem dignidade a mais para viver neste mundo e viver rodiada de quem vive...

Mas esta mulher conta pelos dedos quem na sua vida está.. e agradece-lhes por ser quem é ter força de olhar para mais um dia... Obrigado a estes...

Arde


A ironia paira no ar.
Risos inconfundíveis na minha alma... eu sei o que é, quem é e porquê...
No meu coração queima a mesma mão que dei tantas vezes para os outros, na minha inocência, na minha ternura, sabia que podia vir a queimar e assim foi...
Acreditei, deixei levar e assim mais uma vez deixei-me enganar.
Cada vez menos acredito que existe amizade, existe conhecidos para os momentos da solidão falar, umas noites sair, mas na solidão da vida ninguém recorda promessas nem palavras...
Queima lentamente o que sou enquanto pessoa, congela o meu coração...
Agora sim podem dizer o quanto sou fria, calculista, porque assim vocês me tornaram!
Obrigado por me tornarem cada vez mais na pessoa azeda que sou.
A solidão naquelas noites e naqueles dias ofuscos é que até me consolava... porque apesar da sua frieza não me queimava a alma.
Obrigado pelas palavras, pelas promessas, por tanta coisa que ao vento nada valem e que tanto para mim valeram, numa cegueira constante, numa alegria que pensava estar a viver e afinal não existia.
Não sei fazer perguntas, nem procurar respostas, perante estas lágrimas que correm na minha fase e ninguém as ampara.

E lentamente arde e arde cada palavra e cada recordação....

domingo, 20 de março de 2011

Grito do Silêncio

Sentia as lágrimas a pesarem na alma, a fúria tremenda de começar a gritar no meio daquela multidão, de chorar e apontar o dedo aos deuses do meu martírio... e começar a correr sem fim.
Sentia o balbucio das conversas, os olhares indiscretos, os risos de gozo, o toque da falsidade...
Sentia-me um ser desprezivel....mas importante como tema de conversa de vizinhas.
Gritava no meu silencio a raiva deste mundo, de ti que fazes parte do meu coração, das incertezas de tudo e mais alguma coisa.
Não sou ninguém mas todos falam, ninguém quer... mas todos me procuram.
O tempo passa, quero estar ao lado de alguém, quero os meus amigos... mas o tempo deles não é o mesmo que o meu...
Não há tempo para nada porque na minha alma o tempo nada ocupa, enquanto no coração dos outros o tempo marca o seu espaço.
Abandonada corro sem fim nos meus sonhos, aquela voz no fundo das escadas me chama mas não quero descer.
Nos meus sonhos num rio tento nadar contra a corrente, mas lentamente deixo-me afundar...
Semanas e semanas a sonhar o mesmo, a ver reflectida a imagem daquele ser na luta para nos seus braços ficar.
Ao acordar o cansaço invade o meu corpo, caminho sem noção da realidade, procuro respostas... encontro questões e assim na minha amargura deixo contaminar, sabendo que o meu coração não mais voltará a amar...

quinta-feira, 17 de março de 2011

Hagia recorda-se hoje enquanto menina...
Enquanto menina singela... A eterna menina.
Aqui debruçada ela escreve o que lhe vai na alma, não interessa se o leitor entende a sua magoa... mas as palavras são a sua fuga.
Hoje ela chora, como em menina, como quando caia ou a sua Mãe repreendia por pequenas brincadeiras de criança, brincadeiras que os adultos ralham porque não entendem o mundo de fantasia que as rodeia.
Hagia não chora por ser repreendida, mas por neste momento, quando acreditava que tinha encontrado resposta às suas questões, tudo muda...
Não lhe falem de sonhos.. eles já não existem...
Todos a rodeiam, todos gritam para que Hagia fique ou vá...
Olha ao presente e teme o futuro... olha ao passado e sente os fantasmas presentes...
Para onde vai ela, o que quererá ela?!
Ninguém sabe, nem mesmo ela, que grita numa luta impune, do caminho a escolher, da guerra a vencer.
A solidão não comenta, os fantasmas atormentam rindo na sua vitoria...
Hagia chora na sua revolta constante, na agonia de não saber para onde ir, o que lutar, o que vencer... o que amanha ser.
Uns abraçam a sua escolha, outros a repudiam...
Ela sabe que ao ceder a uma delas, alguém perderá... será justa essa perda?
Pobre Hagia que corre por estradas cheias de pedras, que cai em abismos sem fim...
E por mais que lute, por mais que sonhe, ame, acredite, acaba sempre só a divagar no seu mundo incompreensivel....

terça-feira, 15 de março de 2011

Hagia who is she? (II)



Hagia não é uma mulher bonita...
À sua maneira marca, à sua maneira vive...
Hagia não ama, porque tem medo de amar...
Hagia é uma pobre alma que caminha de encontro a algo que a conforte, luta para ser uma mulher "grande".
Esquece-se de si mesma, esquece-se que mesmo rodiada de gente, à noite na sua cama lá encontra a solidão deitada à sua espera.
Todas as noites a aconchega na sua frieza e no seu silêncio, gritando por entre lágrimas que nada terá, nem nada Hagia será.
Solidão essa que são fantasmas, é a imagem de um passado que devia de ser a luz para a sua fuga...
Mas enquanto Hagia procura fuga naquilo que um dia foi o seu passado, foge daquilo que pode encontrar no seu presente...
O tempo passa... massacrada pela sociedade inerente, pela malícia das pessoas que a rodeiam, ela chega ao seu mundo...
Triste e frio apercebe-se que os amigos, a sua fuga nos braços de alguém encontraram...
A família nada mais é que um mero esboço de tristezas e fantasmas...
Ela teme aquela sombra que a espera todos os dias...
Recordando que o tempo passa e Hagia só continua..
Recorda-a que os amigos passam, que os amigos vão e podem não voltar.
Recorda-a das inúmeras promessas, das inúmeras esperanças de que ela um dia aquele ser acreditou a amar... Mas ao partir não mais ela voltou a sentir... O seu sorriso, a sua voz...
Sentia a solidão, o desprezo, o engano, a mentira... o uso compulsivo.... Tudo isto amarra Hagia à dor... a uma luta que ela sabe que não tem fim.
Hagia hoje não quer recordar... luta para não amar... e na eterna noite pela solidão se deixa embalar...

segunda-feira, 14 de março de 2011

Um passo para trás.... luto por dois para a frente

As criticas invadem a minha alma... voltei ao passado...
Às conversas das beatas, aquelas ruas pequenas e soltas a uma história... a uma religião.
O olhar dos conhecidos.... os comentários dos esquecidos... um retorno a tanto que há muito estava no meu inconsciente.
Sinto raiva de mim, não pelas escolhas, mas pela guerra perdida.
Por ser agora a noticia daquela terra, por ser tema de lojas e de gente repunegante.
Sinto o orgulho a sufucar e o meu coração a chorar.
Parto com a dor de em Coimbra tudo ter tido e tudo ter perdido.... o sonho... o amor... o trabalho...
E assim parto com uma mão a frente e outra atrás.
Não me sinto merecedora disto, lutei em vão, para ouvir perdido no vento as gargalhadas alheias a mim.
O desprego inerente...

Pára cabeça, pára por favor....

quinta-feira, 3 de março de 2011

Tempestade

Sempre o mesmo conceito nos posts.... Amor, Vida... a alma... que até cansa.
Mas é essa a principal essência de viver.
O cansaço invade a minha alma por não saber mais que fazer...
Tudo desmorona.... as promessas, as palavras, os sonhos, cai tudo por um precipício que não vejo o seu fim.
Sinto raiva da espera, da luta e um ódio inesperado na minha inspiração.
Ódio por ter acreditado nas tuas palavras, por acreditar no teu apoio, por acreditar que foste sempre tudo para mim.
Ódio por te amar, ódio por tanto desejar...
Sinto raiva de mim ao olhar no espelho, não sinto inveja por não ter a beleza de tantas as mulheres... acaba por ser como uma praga...
Raiva de olhar e ver no reflexo dos meus olhos a tua imagem, por ter desejado, mostrado tanto de mim e depois por mais que o tempo e a distância nos separe tudo muda... começa a ausência... a espera eterna...
A minha frieza, como alguém dizia, afinal existe.
Não tenho lágrimas, raiva e uma sede tremenda de querer apagar a tua existência do meu caminho.
Esta fase da minha vida, sabia tremendamente que a ia passar, mas foi uma escolha, da qual nada posso mudar.
Somente acreditei que mesmo estando perdida estavas aqui... como eu estaria e estava....
Agora quem parte num novo rumo sou eu... apago aos poucos as fotografias, as promessas no coração, torna-se baça a tua imagem nos meus olhos...
Uma tempestade no amor... na vida... na alma... nos sonhos... neste estranho e controverso mundo dos grandes....

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

"As coisas só deixam de existir quando deixamos de acreditar nelas"


"As coisas só deixam de existir quando deixamos de acreditar nelas."

Nada melhor que esta frase para começar o post.
Hoje vi que se acreditarmos em nós e nos nossos sonhos conseguimos tudo.
Visionei hoje o lançamento de um livro, o lançamento de um sonho, daquele menino que tantas vezes nos claustros da escola lia poemas, levava para vender aos colegas os seus livrinhos imprimidos em casa.
Vejo ainda a sua imagem na escola com uma caixa de papel repleta de pequenos livros a 6 euros...
Vendia ali uma história, alimentava um sonho, da qual todos o gozavam e desprezavam na frieza humana.
Hoje lançou um livro, o mesmo livro que tantas vezes ele queria ler excertos para os colegas e o gozavam.
Estou muito contente por ele e este pequeno testemunho reflecte que os sonhos podem se realizar.
Por isso cá deixo, não uma réstia de esperança para aquele amor, para aquele sonho que parece já não ter cor...
Mas uma janela aberta para voar e todos os sonhos amanha realizar.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Músicas....

Hoje parei para ouvir músicas que contam tantas histórias...
Músicas das inúmeras festas, das noites mundanas... Das noites de fado... daquela voz de menina que tantas vezes cantou para mim.
Músicas que roubam um suspiro do meu coração, esboçam um sorriso na minha alma.
Músicas de noites de danças constantes na chuva, pintando a vida da cor que era...
Músicas que lembram a pele, o toque, a lágrima perdida... o beijo...
Músicas que antes tudo diziam e agora nada mais significam que recordações a preto e branco...
De palavras e promessas feitas... Que ao vento se entregaram.
De laços de amizade criados da qual o tempo, os erros e a distância amaldiçoam sem perdão o que ontem tinha toda a sua razão.
Danço em inúmeras recordações de músicas que abarcam a amargura no meu coração daquilo que tive e hoje já não tenho.
Danço aqui só naquilo que fui e já não serei.
Tento cantar, tento pedir ao vento para o tempo parar...
E nessa amargura me deixo embalar...

São músicas.....

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O conto no silêncio morto

Podem ver-me como uma rainha, uma deusa, vejam como desejam.
Mas luto sem forças numa batalha de inveja e hipocrisia por uma realidade que se move à base do ar que os outros respiram.
Pareço segura, transpareço uma pessoa que não sou na luta continua de não ficar submersa nesta sociedade.
Choro nas eternas e longas noites a minha existência.
Balanço todos os dias numa solidão que dança em mim sem perdão.
Nada tenho, nada me rodeia, nada consigo construir na entrega eterna frieza da alma.
Nada resta que a dor na companhia da solidão a caminhar no meio da multidão.
Luto, acredito, amo e assim escrevo continuamente a minha historia.
Perdida nestas letras tento perceber quem sou e para onde vou.
Procuro o carinho no sorriso de alguém, procuro apaziguar a alma deste ser nauseabundo que sou.
Escrevo nas palavras a dor muda de querer talvez um dia saber o que é amar e ser amado.
Apercebi-me que o meu trajecto, o que sou, nada é, nada me resta nesta imensidão.
Quero gritar, quero partir e não olhar para trás.
Quero os meus erros apagar, quero que este mundo esqueça a minha existência e novo rumo tomar e não mais voltar.
Olho para o mundo, que roda numa roda continua na sua frieza imensa.
Escondo-me numa pessoa que não sou, rogo pragas a cada dia que passa e cá continuo a viver.
Culpo-me do que o mundo faz de mim e desejo o amanhecer de amanha já não ver e sentir o relogio a bater.
Aqui conto no silêncio morto a história da menina....