domingo, 31 de agosto de 2008

Menina que fui, Menina que sou


De olhar terno Ela contemplava o mundo de forma inocente.
Todos os dias imaginava mais uma longa viagem até ao Egipto, Brasil, Inglaterra, Deserto do Shara, sonhava e acreditava que ia mesmo percorrendo caminhos e lugares tal como via nos grandes e respeitáveis livros do seu Pai.
Sonhava que era uma Rainha, que cantava para o mundo num longo palco, admirada por milhares de pessoas, que podia voar.

Esta Menina era a maior das crianças, segundo Ela, no mundo, era sábia e tinha poderes como as Navegantes da Lua.
A sua pequena bicicleta era o seu carro e a flauta do Irmão a sua varinha que dava música ao mundo, que segundo Ela fazia crescer as flores e as árvores na Primavera e encantava os passarinhos.
As suas companheiras de aventuras corriam com Ela pelo pinhal perto de sua casa, lá tinham o seu laboratório secreto para controlar o mundo.
Em casa o seu Pai era o seu Herói, o maior dos Homens a fase da terra que vencia tudo e todos, era o seu ídolo.
A Mãe a ausente Rainha sempre tão distante, não compreendia a ausência da Mãe, que trabalha sem parar.
O Maninho, era o mau da fita, estava sempre a ralhar e roubava à Menina as bolas da sorte (berlindes), e tantas vezes a metia de castigo...

Era assim parte da Menina que fui, não tinha noção do mundo, da vida, da ausência da Mãe, dos ralhetes do Mano, do Pai Herói.
Hoje tanto mudou, assim tinha de ser, a Menina sonha mas sente que tal como em tempos a sua imaginação voa por inúmeros países e mundos imaginários...
Hoje necessito de sair desta monotonia de vida, sinto-me presa!

Preciso de pegar em meia dúzia de coisas e partir, em encontro talvez de mim, de realizar o sonho de fazer uma busca espiritual, percorrer o caminho de Santiago de Compostela, como um meio de me afastar desta realidade e parar um pouco para entender parte da minha alma, ouvir a segunda mente que tanta vez fala mas abafo com coisas superficiais.
Preciso de me encontrar, não é que me tenha perdido, mas encontrar o verdadeiro ser que sou.
Tantas vezes assumimos um ser que não somos para agradar os outros, para evitar algo, e vivemos tristes e inconsoláveis por tantas vezes não podermos ser quem somos realmente.
Deixamos-nos manipular pelos outros e pelo mundo, mas uma vez neste curto caminho que é a vida é necessário esquecer os outros para nos lembrarmos que estamos vivos, que somos alguém, da qual para atingir a nossa verdadeira missão da vida temos de nos encontrar.
Hoje começo a sentir necessidade disso, de seguir um caminho para a luz alcançar e entender o verdadeiro sentido de orar e da minha missão nesta vida, do caminho que realmente no meu mapa da vida tenho de seguir.
Acho que um dia parto em busca de mim...

Parte do que sou...


Mais uma vez no embalar da noite aqui deixo navegar as inúmeras e incompreensiveis ao mundo palavras e textos...
Eu heroína do meu mundo que caminho por inúmeros desertos em busca de tesouros, navego mares desconhecidos em busca de novas terras, luto de forma audaz contra as intempéries da vida.

Acordo e sou mais um ser no meio de tantos que tem mais um dia longo pela frente.
Mas no meu mundo serei sempre a heroina das minhas histórias.
Serei a eterna criança que ainda alimento em mim.

Hoje mais uma vez não me encontro com estado de espirito para escrever o que na minha alma vai.
Tanto cá vai que pouco consigo descrever.
Aperta hoje uma mágoa e saudade.
Saudade de amigos, de pessoas que tão perto mas tão longe dão cor a minha vida.

De longos passeios pelo Choupal com conversas interminaveis, pelas conversas de café tão futeis mas tão sábias, das brincadeiras em tempos no secundário com os colegas e amigos que o tempo afasta mas o coração guarda.
Coisas que fazem parte de vivências e fazem de nós seres humanos e parte do que somos, que nos ajudam a crescer enquanto seres, que nos ajudam a sorrir sempre que passamos em determinado lugar ou olhamos para determinada foto e nos aperta algo no coração e do nada esboçamos um sorriso.

Hoje parte do que sou devo a muita gente...
Muitos o tempo levou...
Outros venha o que vier nem o tempo ou a vida do meu coração roubará!

Obrigado a todos aqueles que de alguma forma na minha vida marcaram e fizeram de mim o que de bom contenho, o que de bom a outros que no meu caminho da vida venham a atravessar eu possa também os ajudar e orientar dando e partilhando parte do que sou...

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Cansada

Poderia mais uma vez escrever enumeros textos, brincar com as palavras, dizendo o que sinto, mas de momento serei simplesmente eu a escrever, a desabafar de forma perdida o que sinto e quem sou.
Não sei quem sou aliás.
Estou farta da monotonia da vida, da alegria alheia, de me olhar ao espelho e não entender tanto do que sou.
Não consigo refugio na minha alma nem nas minhas prezes.
Sinto que todos neste momento em meu arredor se sentem realizados, felizes, eu só tento a sua alegria viver estando a minha alma perdida num pranto de lágrimas.
Neste momento ninguém entenderia o que a minha alma acarta, nada poderia chegar a ela definir o nela vai e transborda.
Sinto-me reprimida perdida no meio deste mundo repleto de gente e de coisas.
Vou caminhando, contando dias, procurando definir o que sou.
Quero algo atingir, quero tanto alcançar.
Neste momento preciso de me afastar de onde vivo, de quem convivo, procurar a verdadeira luz e caminho em mim, viajar, conhecer novos espaços e pessoas, sentir a vida.
Preciso de a algum ponto chegar, para não sentir a minha vida num precipicio.
Vou vendo o tempo a passar sei que um rumo haverei de encontrar!

Memórias

Não existem de momentos fotos e momentos da qual possa tocar o que foi sentido, as lágrimas perdidas, as guerras vencidas.
Nada de momento pode definir aquele aperto no coração ao lembrar um ser, ao manter-me noites em branco esperando algo que sei que nunca vem.
Rezo triste e insegura ao meu Anjo da Guarda. Espero respostas dele, imagino-o para apaziguar a minha alma perturbada.
Imagino as suas enormes asas a proteger, o seu longo véu é a minha estrada para a vida, as suas palavras a luz para seguir e o meu sonho atingir.
As memórias apertam no meu coração, escorre dor e rancor, escorre lágrimas de quem ama sabendo que a sua luta perdeu, as suas portas se fecharam e sozinho mais uma vez, como perdido num deserto mais uma vez caminha.
Não sei como definir, memórias e momentos, pessoas e sentimentos.
Tudo é tão vago, tão vazio e inerte.
Quero algo da minha vida acordar, dar cor ao meu amanhecer, ouvir e sentir o leve toque e palavras do meu Anjo.
Continuo presa a tal ser, presa a mim e a frias memórias tão remotas mas tão presentes.
Espero o momento certo para novos rumos traçar sei que nas asas do meu Anjo novo caminho haverei de encontrar...

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Poucas palavras em fuga ao tempo.....

Deixo-me embalar no tempo correndo com ele, mas jamais deixem de ser quem são pelo tempo que corre e pelo que são.
Não deixem de lutar nem de acreditar pois quando menos esperamos um caminho certo havemos de encontrar.

domingo, 3 de agosto de 2008

Turbilhão da Alma


Se me pedissem neste momento para me descrever, não saberia como, neste momento não sei que dizer relativamente a mim.
Sinto-me uma estranha no meu corpo, uma estranha perante quem me rodeia e o que sinto.
Sinto que sou a sombra de mim mesmo, o fantasma da minha alma.
Queria a todo o lado chegar, queria tanto do que sinto resolver.
Anseio loucamente a companhia que sei que não virá, as palavras certas para quem algures sempre as espera, queria sem saber o que quero.
Queria sendo alma perdida neste mundo.
Queria tanto de mim mudar, tanto alcançar, mas por tanto almejar, cá continuo na minha solidão a desabafar.
Turbilhão da minha alma, precisa de luz alcançar, deixando em mim a Deusa perdida nas sombras navegar e sua beleza ofuscar.
Sei que mais posso ser, apesar de tudo em mim o limitar, tanto invejar, tanto perante mim horrorizar, mas o caminho certo eide alcançar e a Deusa em mim libertar...
Turbilhão da minha alma quem és tu sem razão, sem sentido para me profanar sendo eu o meu altar e algures esta sombra a minha luz ofuscar???
" Viver um dia de cada vez."