terça-feira, 30 de outubro de 2012

Sem título....

Há momentos em que parece que tudo desmorona em nosso torno.
E está mesmo a desmoronar, as palavras a ferir, os acontecimentos a reflectir numa vida que nós próprios vivemos.
Olhamos em torno e temos um espaço enorme só para nós.
Não há música, risos e cor no ar...
Não há o abraço tornorento da Mãe, nem o presente especial do Pai.
Ai acordamos e vemos o quanto crescemos e quanto ser grande é duro.
Dói não entender a solidão, a falta de companheirismo e fazer de um computador um amigo.
Indescritível cada palavra que ouvimos do Irmão que já não nos vê como a eterna menina, mas a forasteira da família.
Incompreensível sentir que tudo tivemos e nada temos.
Choramos num grito mudo de dor por ninguém nos entender, por ninguém nos olhar nem sequer parar para conhecer e fazer acontecer.
A correria de cada dia faz de cada aniversario e de cada ano parecer eterna esperança de algo que sabemos que nunca voltara nem nunca se alcançara.
Almeja-se algo que a cada dia  desvanece numa esperança continua que as pessoas mudam, o mundo muda e tudo melhora.
Esperamos na esperança de um sim quando já lemos nos lábios de alguém um não.
Estranho lidar com o mundo em que vivemos, em que já não há ninguém para nos ajuda a soprar as velas, cantar os parabéns, fazer nos sentir vivos.
Não existe mais medo que o desprezo, a solidão e a eterna esperança que esmorece de acreditar quando vemos que ser ou não ser alguém de ninguém é uma historia sem titulo.

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