quarta-feira, 20 de abril de 2011

O que eu sinto não se escreve....

Queria neste momento partir...
Não me lembrar quem sou e o que fui, não recordar o que vivo, quem na minha vida passou, o que tive e perdi.
Não tenho mais forças para lutar... o cansaço afoga-me a alma, as insónias acordam as minhas amarguras.
Neste momento desejava um corte na pele maior do que ao que tenho na alma.
A solidão invade-me recordando promessas, palavras, imagens, vivências e fotografias.
Queria parar o relógio que está em mim, apagar lentamente cada lembrança, cada passagem, cada pessoa.
Conto o tempo para um dia partir e nunca mais de mim ouvirem falar...
Apagar cada rasto, cada foto, cada frase...
Um dia como todos os dias acordo... mas parto...
Procuro novas pessoas, novas vivências, procuro realmente aquilo que sou e todos me limitam...
Procuro o meu verdadeiro lar, construo o meu mundo, a minha vida, com cada pedra que todos me atiraram um dia.
O que eu sinto não se escreve, nem se vive...
O egoísmo e comodismo inerente é superior que a compreensão de um ser como eu.
Digam e pensem que escrevo mal... A originalidade não está em ser-se o centro mas ser-se humano...
Ninguém sabe o que é ser humano, amar, sentir a verdadeira essência de saborear a vida, de tocar e contemplar o interior...
Os mundanos preocupam-se em "externizar", em "carnizar", materializar... nunca em amar....

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