quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Missão


Vagueando por entres as sombras circundantes, saboreio o silêncio do barulho deste tormento.
Questiono-me da missão pela qual a este mundo pertenço.
Passo pontes, olho longas linhas de comboio na procura de um caminho...
Vejo as pessoas a correr, ouço algures o choro de uma criança...
E assim deixo-me embalar em inúmeras questões de quem sou e para onde vou.
Não quero viver na correria desta sociedade, não quero sentir as mãos não desejadas, não quero sentir o corpo inerte de quem não se ama.
A sociedade vive numa ilusão, num complemento falso, numa procura constante do outro que não pará para conhecer.
Todos procuram no brilho de uns olhos a fuga à sua solidão, num sorriso, numa beleza que o tempo envelhece e destroi.
Todos procuram uma falsa fuga de si mesmos, vivendo numa fachada que ao ruir não volta a erguer.


Amar hoje é um complemento terreno, cada vez mais o sinto, que não passa de uma palavra materialista e obsessiva de quem quer ter alguém ao lado para enganar a sua solidão.
Vivem o amor numa essência carnal e voraz e não como um complemento de ser.
Talvez o tormento da minha alma provenha dos meus erros da outra vida.
Talvez sofra hoje em não entender o que me rodeia, porque quando o podia fazer, quando tinha tudo,destrui na entrega profano do que era o amor.
Caminho e vivo nesta sociedade na procura da minha missão, daquilo que sei que não terei e jamais merecerei....

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