domingo, 21 de setembro de 2008

Chuva magica sobre mim


A chuva cai beijando o calor do meu corpo.
Deixo-me dançar do triste e negro dia, cantar o silêncio das palavras, a dor da alma, afundar o passado, afogar as mágoas do presente.
Canto muda tanto do que tanto queria dizer, danço que nem doida passos perdidos na calçada molhada, na rua deserta, no coração desperto.
As minhas lágrimas confundem-se na chuva que corre sobre mim, a minha dor emana sem ninguém dar por tal.

Doida é aquele ser que ali baila sem o mundo se aperceber, raiva de tal ser.
Insegurança de si, dos olhos que não consegue olhar, das palavras que não consegue dizer, do toque que sonha e foge em o sentir.

Doida que canta na janela da vida sem público para a contemplar;
Doida por ao passado e suas palavras se agarrar;
Doida por amar sem a tais braços estar;
Doida por um dia este ser selvagem de si amansar;
Doida e desejosa de voltar a amar, de sentir o calor de tais lábios, o abraço profundo, o toque magico.

Ai doida que cantas perante chuva magica da ilusão, que fazes do arco-íris a tua estrada até tal amor, que é como um tesouro que nunca encontrarás.
Doida alma de tal ser que canta por cantar, espera loucamente pelo seu amor, passando dias e anos, perdendo o seu tempo e a sua vida, perdendo a sua própria alma e seu canto, roubado por outros doidos que tal como ela um dia foram e um dia da sua janela voaram cantando ao seu mundo, ao seu amor.
Dança doida, dança, o sol está a brilhar a chuva a acalmar e as tuas lágrimas a cessarem...
Voltas ao teu mundo e a tua janela se fechou e a dor da tua alma apertou...

Descansa doce ser...

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