quinta-feira, 24 de abril de 2008

Palco


Sinto o calor do público, o iluminar das luzes o fluir de uma personagem que ganha vida de simples folhas, sentimentos e desejos ficam aquém, solta-se o ser, abre-se as cortinas, o silêncio lidera, as emoções e os risos se soltam sobre meros seres...

Acção a peça de teatro começou.

Saudades dos palcos, de soltar os fantasmas e as emoções de meras personagens vivas só nas folhas.
De sentir o calor das palmas do público, das luzes de palco a insidirem sobre mim, o auge da minha personagem, eu ser o centro do mundo, e dançar em tamanha alegria, levar aos espectadores sentimentos e momentos, levá-los a reflectirem as suas vidas na comédia e na tragédia dos palcos.
Ai o que é ser um artista, que se esconde por entre máscaras e pinturas, que vive um mundo que não é seu, que chora e que ri perante seres que ali sentados assistem ao decorrer da sua história???
É ser FELIZ!!! É soltar numa personagem sentimentos que andam a toa em si, é procurar dar de si o que aquele público sentado espera e anseia.
É no fim de uma peça acabar sentir o calor das palmas daquela gente, que são a inspiração e a base do seu sustento, a recompensa de tanto trabalho de vitórias e de derrotas que são os espaços e as emoções além de uma simples apresentação teatral.
Oh público da minha alma, saudade do meu passado e das minhas míltiplas personagens que riam e choravam, nos espaços dos palcos e das luzes.
Agora a cortina fechou e sou eu o mero público que se imagina naquele palco, a rir a chorar ou para o público falar, dançar ou cantar... ou simplesmente olhar sobre a minha personagem muda.
Hoje sei que nasci para os palcos, sei que era uma das minhas inspirações, em que me sentia Deusa de mim mesma...
Os palcos são mundos dentro do mundo, mundos a parte, mundos que refletem pequenos mundos...
Palco reflete a história de um ser e a história de cada ser que está a se rever.

As cortinas fecham a peça de teatro acabou...
O público bate palmas, as luzes se fecham...

Fim...

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