segunda-feira, 21 de abril de 2008

Se caires levanta-te e continua o teu caminho...


Ontem vinha cansada directa a casa.
O vento fustigava sobre o mundo de forma impiedosa, a chuva atacava sem pudor...
Estava toda molhada, com uma mala enorme a trás de mim, cansada e deprimida comigo e com o mundo.
Olhava para as casas e imaginava o seu aconchego, o quente da lareira, o calor da familia, o sentir de prazer de estar protegida e bem.
Mas naquele momento com as minhas forças lutava contra aquele tempo para chegar até ao meu destino.
Num dado momento escorregei, cai no chão molhado, sinto dentro de mim uma raiva, apeteceu-me estar ali estendida a chorar como uma criança, a chuva e o vento mais fortes naquele momento se tornaram, as ruas vazias pareciam labirintos aos meus olhos, senti-me perdida e abandonada...
Apetecia-me desistir naquele momento de chegar ao meu destino, ficar ali que nem um simples velho papel, que ninguém agarraria, todos pisariam e não lhe dariam o devido valor.
Doia-me a perna, chorava desejando estar em casa, começei a ver por momentos a minha vida a retornar ao passado e desisitir de tudo, do meu sonho, de Coimbra desta luta que é a vida.
Momentos e erros eram o meu estado de espirito naquele instante...
Mas ergui-me, peguei nas minhas coisas e apesar de ferida não me deixei vencer.
O caminho escuro e envolvido no triste dia foi mais um incentivo para chegar ao meu destino, ir ao encontro do aconchego.
Cheguei a esse destino, encontrei então o desejado aconchego e olhei pela minha janela vendo aquela triste menina que era eu, a momentos estendida ali no chão olhando em seu arredor a espera de uma mão amiga que ela própria sabia que nunca apareceria.

Mas deste triste facto que lição se pode tirar???

Que a vida é mesmo assim uma luta contra as intemperias que nos aparecem, que parte dos caminhos que percorremos são repletos de pedras em que caimos e não devemos desistir, levantar e continuar, pois o devido aconchego e recompensa dessa luta se encontra no destino desse caminho.
Parte da dor e das feridas que fazemos são meras lições que devemos colher e aprender com elas...
Agora olhando para a minha janela sinto-me estável por estar bem, seca e tratada apesar da tristeza que me inundou na altura, da ferida que fiz, mas feliz pois de um simples facto vi uma lição e mais um incentivo a continuar a lutar pelo que eu acredito.

Não podemos ver o temporal da vida como um limite mas mais um caminho a percorrer até chegar ao nosso destino.


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