segunda-feira, 9 de junho de 2008

Dá-me a tua mão e deixa-te ir...


"Fecha os olhos, tenta sentir o que és e o que desejas ser.

Esquece o mundo lá fora, esquece quem és, sente o que te digo e deixa-te ir com as minhas palavras.
Não sou um anjo, não sou ninguém, sou aquilo que neste momento desejas, que invade os teus sonhos, a tua companhia, algo que não se toca mas sentes nas noites tristes e solitárias.
Sente, lentamente o meu calor nas tuas mãos, o toque, o desejo...
Imagina um mundo a parte do que vivemos, imagina comigo que estás perante o mar, desejas naquele momento sobre ele voar, novos mundos descobrir, ao encontro do sol te deixares ir.
Deseja, aperta com força a minha mão, não abras os teus olhos, deixa-te ir...
Imagina o vasto mar perante nós, tu e eu juntos olhando o fim do horizonte, abre as tuas asas e vem, vamos voar sobre ele e desta realidade fugir.
Vem não temas, não sou ninguém mas prometo proteger, vem não temas...
O mar encontra-se a baixo de nós, ao pé dos nossos pés parece tão pequeno, somos livres, o nosso mundo está a ficar perdido no horizonte, o sol é tentador, não temas alcançar, a nossa liberdade não será roubada, jamais cobiçada, não temas cair como Ícaro, ambiciona chegar mais longe, não temas estou contigo jamais te deixarei, sente esta liberdade, esquece a realidade, vem vem e não temas o sol alcançar e o universo abraçar, ao teu lado estarei...
Sentiste, imaginaste, esqueceste quem eras por momento???
Eu senti-te ao meu lado, aqui estou só, mas sobre a noite escura e triste deixei-me voar e ao teu encontro ir.
Não temi as tuas palavras, os teus gestos ou medo, senti também essa tua solidão, partilhamos a nossa realidade e voamos juntos sobre a nossa única liberdade que temos, sonhar!
Só assim podemos estar juntos esquecendo os muros que nos separam, diferenças e mágoas, esquecendo que apesar de eu não ser o que desejavas e tu não seres o que eu idealizava viviamos juntos num mundo em que eramos livres e viviamos felizes porque a solidão não era a nossa companhia, eramos felizes só pela existência um do outro, pelo que eramos e seremos, pelo que neste momento sentimos e sofremos na sombra da solidão.
Deixa-te embalar sobre o meu toque na tua face, no teu corpo, escuta as minhas palavras, eu na sombra da tua solidão sempre estarei...
Deixa-te voar, não temas eu estou ao teu lado...
Dá-me a tua mão e deixa-te ir..."

Hoje deixo-vos um pensamento, este desejo que tive em 2005 e encontrei num poema com o nome " O voo de Ícaro", triste e melancólico como o fim metodológico de Ícaro...

Apesar de tudo foi na altura uma fuga imaginária à minha dor na ausência do meu amor era imatura, mas amava apesar de tudo!



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